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quinta-feira, 31 de março de 2011

Os pais são para educar e os avós para deseducar, né?

Isabel Parolin

Autora dos livros "Pais & educadores: quem tem tempo de educar?" e "Pais e educadores: é proibido proibir?".

Não! Decididamente, não!

Tenho ouvido a afirmativa acima com mais freqüência desde que me tornei avó de dois netos e meio (o último deverá nascer em agosto de 2008). Percebo que as pessoas que afirmam que os avós podem deseducar, buscam em mim uma cumplicidade que eu não posso dar. Não concordo que os avós podem deseducar e acredito que todos que convivem com as crianças são educadores, mesmo que sem essa intencionalidade.Diante dos novos papéis sociais que as mulheres têm desenvolvido, a tarefa de educar filhos tornou-se mais árdua e um investimento que requer, dentre tantas outras coisas, parcerias.
A escola tem sido a grande parceira da família contemporânea. As creches, berçários, escolas de Educação Infantil são espaços privilegiados que, além de atender as necessidades imediatas de cuidados de uma criança pequena, favorecem uma formação de qualidade, diferente da familiar.

Quando a avó assume o papel de principal educadora da criança perde uma relação preciosa e importantíssima para sua saúde sócio-afetiva. A avó é pessoa que, por ser próxima dos pais, tem liberdade para pequenos cuidados, pequenas decisões, grandes passeios, grandes brincadeiras, inesquecíveis lanches, além de dar carinho e atenção para eles.

Ao assumir o lugar de cuidador no dia-a-dia, os avós acabam caindo numa armadilha, situação ruim para eles e, pior ainda, para seu neto. A experiência tem mostrado que eles, ou se tornam permissivos demais, não cumprindo com o esperado papel formador, ou se tornam “os pais-substitutos” da criança, deixando-os sem a importantíssima figura dos avós.

Outra situação que se torna motivo de queixa, tanto dos pais quanto dos avós, é a diferença de encaminhamento que os avós idealizam e dão aos netos, diferente daquela que os pais idealizam e dão aos filhos. A diferença é importante e só fortifica a criança, no entanto, é fundamental que os diferentes papéis e as respectivas diferenças estejam claros para todas as partes.
Em tempos que os pais têm de trabalhar, estudar e qualificar-se para o mercado de trabalho, é comum terem necessidade de uma rede de apoio para atuar junto a seus filhos.

A escola é a melhor opção!

Assim, os avós ficam para as tarefas mais prazerosas como buscar na escola, servir as refeições, acompanhar o banho, contar histórias etc. Dessa forma, além da criança ficar aos cuidados de profissionais que se formaram para trabalhar com crianças e promover desenvolvimento e aprendizagens, ela tem os avós em seu papel afetivo de avós, mas que podem, ainda, dar um ajuda na educação da criança.

Quem ama educa, já afirmou Tiba, porém, só o amor não educa, quero lembrar.

Ser educador é ter intencionalidade, clareza de objetivos, ser afetivo e dar as regras para que a criança compreenda o mundo em que ela vive e possa viver bem!

Contudo, não podemos esquecer que a educação parental é indispensável, mesmo que a mãe more com os avós. É fundamental a criança reconhecer seus pais como autoridade, como quem cuida deles e são responsáveis pelo seu bem estar e educação. Os avós precisam entender que eles já foram pais e que a vez de desenvolver esse papel é de seus filhos.

A experiência tem mostrado que os avós têm ajudado, e muito, porém cada pai e mãe precisa trilhar o caminho que os tornará, igualmente, experientes.

Criança para bem se desenvolver precisa de Professores Formadores, de Pais Educadores e avós igualmente educadores, mas com uma boa pitada de açúcar!

FONTE:http://www.jussarahoffmann.com.br/site/artigo.asp?id=13&pagina=1

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